quinta-feira, 1 de julho de 2010

Sir Nuvem

Sou a filha mais nova de uma nuvem. Não entendo bem como eu sou. Meu corpo insiste em seguir o vento. Por causa dele, às vezes, deixou pedaços de mim por aí. Não é nada muito inspirador ser uma nuvem. Mas acredite habitar o céu é uma experiência agradabilíssima. No entanto, gostaria de saber como é tocar o chão. Uma vez, fui envolta numa tempestade.
Os velhos anciões do céu tomaram conta do pedaço, e numa bagunça geral, perdi-me de minha mãe. Sou bem solitária, não nego. Papeio com algumas aves que me sobrevoam. Nada que seja muito relevante.
Certo dia reparei que um grupo de amigos me observava. Eles zombavam de mim. Chamaram-me de pequena balofa sem graça.
Não me importo com isso, admito que ultimamente tenha comido bastantes gotículas de água. O fato é que ser nuvem é bacana. Mas não passa de um absorto devaneio de uma pequena poetisa. Falácia minha, fazer-te pensar que é tedioso ser nuvem. Ela pode ser sozinha, porém ela vive em um constante movimento, embalado pelo vento. Enquanto que você, caro leitor, está enraizado a esse seu cotidiano.

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