terça-feira, 13 de julho de 2010

Espelho, espelho meu.

É outono. As folhas começam a se desprenderem dos maciços e finos galhos. O vento sopra no sentido sul sudoeste. O frio calado chega aos poucos e vai gritando até você percebê-lo. A minha caminhada matinal se torna mais preguiçosa. Isso tudo porque as cobertas ganharam um tom acolhedor, sair delas parece-me arriscado.
Durante minha caminhada notei uma triste janela. A curiosidade palpitava e me obrigava a desvendar tal lugar. Havia um quadro escuro e nebuloso na parede. Uma tulipa fúcsia ao centro, como diria um broto meu, muito sagaz ele, era a única coisa que parecia ter vida naquele lugar. As paredes eram claras, mas mudas. O armário era antigo com poucas roupas no interior. Uma mulher estava dormindo profundamente na cama. Ela não tinha expressão, nem de dor nem de alegria. Ela era monitorada por uma série de equipamentos. Seus batimentos eram lentos. Enfim, pude realmente perceber o que se passava, ela estava em coma. Uma folha toca a minha face e me causa certa preocupação. Quando vejo o quarto se foi e no lugar dele há um espelho

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